23 outubro 2013
Valérie Zenatti nasceu em Nice, em 1970, mas passou toda a adolescência em Israel, experiência que influenciou o seu trabalho. Ela é tradutora,roteirista e publicou quinze livros. Uma garrafa no mar de Gaza foi traduzido para mais de doze línguas, recebeu inúmeros prêmios e foi adaptado para o cinema.
22 outubro 2013
A amiga chega de longe. Está linda como sempre. Os cabelos são loiros, a voz mansa e baixa, como antigamente. Sobretudo o modo de ser e a própria ser não mudaram. Convido-a para irmos à praia e ela concorda, acha uma boa escolha.
Pisamos o pé na areia, sensação que ela já não sabia mais, pois vive em Nova York, cidade estrangeira; o centro comercial do EUA.
Está tão desacostumada com a rotina e os modos brasileiros que ao ver aquele carrinho de sorvete em plena praia de Copacabana se assusta e pergunta-me se isso é legalizado por aqui; acho um pouco engraçado, mas respondo.
Após banharmos convido-a para irmos ao restaurante mais próximo.
Entramos no restaurante em que costumo comer no horário do almoço depois do meu primeiro expediente de trabalho.
Com apetite regulado, entramos no restaurante, nos deliciamos com várias comidas típicas brasileiras, conversamos tranquilamente. Pergunto-lhe como é a vida no estrangeiro. A resposta é bem precisa, parece que gosta de como sua vida é lá.
Com um tempo ela começa a observar o meio onde vivo. Crianças brincando suavemente com seus cachorros, pássaros cantando no céu.
Luis Fernando Veríssimo
Biografia:
Nascido em Porto Alegre em 26 de setembro de 1936. Este escritor é mais conhecido por suas crônicas e por seus textos de humor, mas o principal são as sátiras que são de costume desse autor. Luís Fernando Veríssimo também é roterista de TV, tradutor e cartunista brasileiro. Ele é atualmente o escritor mais popular do país, sendo filho do grande escritor Érico Veríssimo. Na sua história já são mais de quarenta crônicas escritas, além de seus muitos outros trabalhos de outros gêneros literários.
Resumo da crônica "Na fila":
Uma
fila é organizada para ver o caixão de Dom Pedro Primeiro, e começa uma
confusão na fila já que muitos ali nem sabiam quem ele era, outros estavam lá
apenas porque gostam de um velório.
Nesta
crônica, vemos a ignorância do senso comum, que participa de qualquer coisa por
puro impulso, percebemos também uma crítica ao governo, quando uma das pessoas
da fila diz que acreditamos em tanta coisa do governo, que não havia porque não
acreditar que Dom Pedro I estava mesmo no caixão, e também quando as pessoas
elogiam a obra do viaduto, mesmo ela sendo inútil.
Machado de Assis
Biografia:
Joaquim
Maria Machado de Assis é considerado um dos mais importantes escritores da
literatura brasileira. Nasceu no Rio de Janeiro em 21/6/1839, filho de uma família
muito pobre. Mulato e vítima de preconceito, perdeu na infância sua mãe e foi
criado pela madrasta. Superou todas as dificuldades da época e tornou-se um
grande escritor.
Na infância, estudou numa escola pública durante o primário e aprendeu francês
e latim. Trabalhou como aprendiz de tipógrafo, foi revisor e funcionário público.Publicou
seu primeiro poema intitulado Ela, na revista Marmota Fluminense. Trabalhou como
colaborador de algumas revistas e jornais do Rio de Janeiro. Foi um dos
fundadores da Academia Brasileira de letras e seu primeiro presidente.Podemos
dividir as obras de Machado de Assis em duas fases: Na primeira fase (fase
romântica) os personagens de suas obras possuem características românticas,
sendo o amor e os relacionamentos amorosos os principais temas de seus livros.
Desta fase podemos destacar as seguintes obras: Ressurreição (1872),
seu primeiro livro, A Mão e a Luva (1874), Helena (1876) e Iaiá
Garcia (1878).Na
Segunda Fase ( fase realista ), Machado de Assis abre espaços para as questões
psicológicas dos personagens. É a fase em que o autor retrata muito bem as
características do realismo literário. Machado de Assis faz uma análise
profunda e realista do ser humano, destacando suas vontades, necessidades,
defeitos e qualidades. Nesta fase destaca-se as seguintes obras: Memórias Póstumas
de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro
(1900) e Memorial de Aires (1908).Machado
de Assis também escreveu contos, tais como: Missa do Galo, O Espelho e O
Alienista. Escreveu diversos poemas, crônicas sobre o cotidiano, peças de
teatro, críticas literárias e teatrais.
Machado de Assis morreu de câncer, em sua cidade natal, no ano de 1908.
Resumo da crônica "Fuga no hospício"
O autor narra uma fuga de loucos que ocorreu num hospício carioca e discorre sobre seu temor em dirigir a palavra às pessoas na rua da tal fuga, afinal, qualquer uma delas pode ser um dos loucos que fugiram do hospício.
O autor narra uma fuga de loucos que ocorreu num hospício carioca e discorre sobre seu temor em dirigir a palavra às pessoas na rua da tal fuga, afinal, qualquer uma delas pode ser um dos loucos que fugiram do hospício.
Machado defende que todos podem ser loucos, afinal, naqueles dias “o
juízo passou a ser uma probabilidade, uma eventualidade, uma hipótese”.
Justifica tal afirmativa ao descrever os fatos que ocorreram durante a semana,
como se os mesmos fossem fruto da loucura.
Rubem Braga
Biografia:
Nasceu em 12 de janeiro de 1913, na cidade de Cachoeira de Itapemirim,
filho de Raquel Coelho Braga e Francisco Carvalho Braga, dono do Jornal
“Correio do Sul”. Começou no jornalismo escrevendo crônicas para o
jornal “Diário da Tarde”, e trabalhou como repórter no “Diários
Associados”.
Mudou-se para o Recife, onde colaborou no “Diário de Pernambuco”. No
Rio de Janeiro, fundou o jornal “Folha do Povo” que defendia a Aliança Nacional Libertadora.
Em 1936, aos 22 anos, lança o seu primeiro livro de crônicas, “O Conde e
o Passarinho”. Em 1944, lançou o segundo livro “O Morro do Isolamento”.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Rubem Braga foi correspondente de guerra na Europa,
pelo “Diário Carioca”, e escreveu o livro “Com a FEB na Itália”. Depois
da guerra, retornou ao Brasil e morou em Recife, Porto Alegre e são
Paulo.
Em 1961, tornou-se embaixador do Brasil no Marrocos, nesta época já havia publicado “Ai de ti Copacabana”. Em 1968, com Fernando Sabino
e Otto Lara Resende fundou a editora Sabiá. Rubem Braga ficou marcado
por escrever crônicas de estilo poético, misturando lirismo e
acontecimentos do dia-a-dia.
Nos anos 80, colaborou no caderno cultural Folhetim, da Folha de S.
Paulo. Rubem Braga morreu no Rio de Janeiro, em 19 de dezembro de 1990,
com mais de 62 anos de jornalismo.
Resumo da crônica "As luvas"
Só ontem o descobri, atirado atrás de uns livros, o pequeno par de
luvas pretas. Fiquei um instante a imaginar de quem poderia ser, e logo
concluí que sua dona é aquela mulher miúda, de risada clara e brusca e
lágrimas fáceis, que veio duas vezes, nunca me quis dar o telefone nem o
endereço, e sumiu há mais de uma semana.
São cenas que retratam o
convívio diário com outras pessoas, os choques de opiniões e
interesses, o dia-a-dia do trabalho de um jornalista que precisa
escrever sua crônica diária para sobreviver.
Baseado no livro "Todos contra Dante", a professora Ilvanita (Português) pediu para que fizéssemos um trabalho relacionado ao bullying.
Charge
Tirinha
(Será postado os quadrinhos separadamente, pois o tamanho da tirinha não é suportada pelo blog.)
Campanha
Você pode ver a campanha publicitária clicando aqui.
Charge
Tirinha
(Será postado os quadrinhos separadamente, pois o tamanho da tirinha não é suportada pelo blog.)
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Este conto é muito legal, e intrigante pois leva o leitor a imaginar qual será o desfecho da historia.
Você pode ler este conto aqui nesse blog. Para acessá-lo, clique aqui.
21 outubro 2013
Ausência
(Vinicius de Moraes)
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
O amor, a poesia, as viagens
(Manuel Bandeira)
Atirei um céu aberto
Na janela do meu bem
Caí na Lapa - um deserto...
- Pará, capital Belém!
Não sei quantas almas tenho
(Fernando Pessoa)
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não atem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: “Fui eu?”
Deus sabe, porque o escreveu.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não atem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: “Fui eu?”
Deus sabe, porque o escreveu.
O livro “Uma garrafa no mar de Gaza” de
Valérie Zenatti retrata a história da menina Tal Levine, uma garota israelense
de 17 anos.
Tal nasceu em
meio às manifestações pela paz e em apoio ao povo palestino. Seus pais são
defensores da boa convivência entre os dois povos. A história do livro tem
início em setembro de 2003, na cidade de Jerusalém.
Em uma noite como outra qualquer, a garota está se
preparando para dormir, quando de repente sua casa estremece. Era o estrondo de
uma explosão nas redondezas de sua casa, especificamente no café Hillei. No dia
seguinte, Tal descobriu que entre as vítimas desse atentado, havia uma garota
que se casaria em breve, mas que faleceu ali.
Este fato mexeu muito
com Tal, pois ela não se conforma com tamanha violência que tira vida de
pessoas inocentes. Ela não quer ser como os outros israelenses, com ódio no
coração, sempre teve esperanças que esse conflito logo acabasse e que os povos
não se odiassem. Isso acabou dando á Tal uma ideia um tanto quanto arriscada:
escrever uma carta (onde expressa o que pensa sobre o que sobre o conflito
entre os dois povos) para um palestino qualquer, depositá-la dentro de uma
garrafa e pedir ao seu irmão, Eytan, soldado a serviço de Israel na fronteira
com a Faixa de Gaza, para que a lance ao mar.
Tal queria mesmo que
uma garota palestina com os mesmos ideais que os seus encontrasse a garrafa,
podendo assim criar um “vínculo de paz” entre as duas comunidades dialogando
com sua correspondente palestina. Mas o destino tinha outros planos...
A garrafa é
encontrada por um jovem palestino de 20 anos, Naim, que se identificou
primeiramente como Gazaman. O diálogo entre ambos é complicado, pois diferente
de Tal ele já não acredita mais na paz. Naim reage de uma forma negativa ao
responder, zomba de Tal, mas ela não desiste, pois vê que por trás de toda
aquela ignorância, há esperanças dentro do coração daquele garoto.
As mensagens trocadas
através de e-mails entre os dois retratam a realidade de Israel e da Palestina
de uma forma diferente, que nos faz sentir dentro da história, no meio daquela
realidade de medo e aflição.
Uma das cenas mais
emocionantes é a descrição do assassinato de Yitzhak Rabin, em 4 de novembro de
1995. Nunca a paz esteve tão perto, mas os opositores da independência da
Palestina estavam determinados a impedir isso de qualquer forma e assim
fizeram.
A história é
primeiramente, narrada por Tal e depois sob o olhar de Naim. O livro nos leva
para viver a história, é como se o leitor fosse um dos lados dessa história.
03 outubro 2013
1- O que é um Estado Nação? Sempre existiam? Quais são suas
principais características? Quando começaram a ser importantes na
história da Europa e da América?
A ideia de Estado-nação nasceu na Europa em finais do século XVIII e inícios do século XIX. Provém do conceito de "Estado da Razão" do Iluminismo, diferente da "Razão de Estado" dos séculos XVI e XVII. A Razão passou a ser a força constituidora da dinâmica do Estado-nação, principalmente ao nível da administração dos povos. A ideia de pertença a um grupo com uma cultura, língua e história próprias, a uma nação, foi sempre uma das marcas dos europeus nos últimos séculos, ideal que acabariam por transportar para as suas projeções coloniais. Há um efeito psicológico na emergência do Estado-nação, pois a pertença do indivíduo a tal estrutura confere-lhe segurança e certeza, enquadramento e referência civilizacional. O Estado-nação afirma-se por meio de uma ideologia, uma estrutura jurídica, a capacidade de impor uma soberania, sobre um povo, num dado território com fronteiras, com uma moeda própria e forças armadas próprias também. É na sua essência conservador e totalitário.
O aparecimento do Estado-nação corresponde à fase nacionalista do Ocidente e ao seu processo de industrialização. Assim, o seu surgimento justificou investimentos tecnológicos e com eles lucrou, fomentando as economias nacionais e gerando capacidades militares de defesa e mesmo de ataque. Além do mais, transformou o nacionalismo numa ideologia que não mais parou de ganhar adeptos e permitiu aspirações de natureza econômica e territorial.
Se nasceu entre as potências colonizadoras no século XIX, também nesta época o conceito de Estado-nação ganharia os povos da Europa e da América do Norte, ameaçando ruir os antigos impérios dinásticos da Europa.
Se nasceu entre as potências colonizadoras no século XIX, também nesta época o conceito de Estado-nação ganharia os povos da Europa e da América do Norte, ameaçando ruir os antigos impérios dinásticos da Europa.
2- Por que é importante definir territórios? E estabelecer identidades nacionais? E governos próprios?
A concepção mais comum de território é a de uma divisão administrativa. Através de
relações de poder, são criadas fronteiras entre países, regiões,
estados, municípios, bairros e até mesmo áreas de influência de um
determinado grupo. O território representa uma
porção do espaço terrestre identificada pela posse, sendo uma área de
domínio de uma comunidade ou Estado.
Nesse sentido, o conceito de território
abrange mais que o Estado-Nação. Qualquer espaço definido e delimitado
por e a partir de relações de poder se caracteriza como território. O território não se restringe
somente às fronteiras entre diferentes países, sendo caracterizado pela
ideia de posse, domínio e poder, correspondendo ao espaço geográfico
socializado, apropriado para os seus habitantes, independentemente da
extensão territorial.
Identidade
nacional é o conceito que sintetiza um conjunto de sentimentos, os
quais fazem um indivíduo sentir-se parte integrante de uma sociedade ou nação.
Esse conceito começa a ser definido somente a partir do século XVIII, e
se consolida no século XIX, não havendo, antes disso, a concepção de
nação propriamente dita. Ela é construída por meio de uma autodescrição
da cultura patrimonial de uma sociedade. A síntese
da cultura consiste na definição de fatores de integração nacional,
baseados na língua, monumentos históricos, folclore, modelos de virtudes
nacionais, paisagem típica, série de heróis, hino e bandeira. a
identidade nacional deve ser fortalecida para que haja a consolidação do
Estado. O período histórico em que este fenômeno se torna mais evidente
é durante o século XIX, na formação dos Estados Nacionais na Europa,
quando países como Itália e Alemanha,
constituídos de várias províncias, se unificaram. Era preciso a criação
de uma consciência para que a população se considerasse
parte de todo e não representes das partes divididas, podendo mais tarde
se organizar em uma unidade política.
A nação pode escolher o governo que quer, ou o que mais a convém. O povo
não precisa mais se submeter a um governo diferente. Podemos
citar o caso dos judeus: Antes de terem um Estado próprio, esse povo era
espalhado pelo mundo todo e devia acatar a leis de países e governos
totalmente distintos.
3- O que é um estado laico?
Também conhecido como Estado Secular, o Estado Laico é aquele que não possui uma religião oficial, mantendo-se neutro e imparcial no que se refere aos temas religiosos. Geralmente, o Estado laico favorece, através de leis e ações, a boa convivência entre os credos e religiões, combatendo o preconceito e a discriminação religiosa.
Desta forma, no Estado Laico, a princípio, todas as crenças são respeitadas. Não há perseguição religiosa.
Em alguns países laicos, o governo cria normas para dificultar manifestações religiosas em público.
4- Principais episódios do confronto Israel X Palestina: a guerra de 1948, a guerra de 1956, a guerra dos seis dias 1967 e a Yom Kippur 1973.
A guerra de 1948
Em 29 de novembro de 1947, um dia após a votação da Partilha da Palestina pelas Nações Unidas, o colono judeu Ehud Avriel foi convocado a comparecer diante da Agência Judaica, organização que representava os judeus da Palestina, antes da criação de Israel. Ele foi recebido por um homem robusto, de cabelos desgrenhados e grisalhos. Seu nome era Davi Ben Gurion, o líder supremo dos sionistas. Nascido na Polônia, ele fugira do anti-semitismo e dos pogroms (perseguição em massa) europeus em 1909, migrando para a Terra Santa. Lá, com seu carisma e liderança, tornou-se a encarnação viva da causa sionista. “Daqui a seis meses, declararemos a independência de Israel. Nesse mesmo dia, cinco exércitos árabes nos atacarão”, previu Ben Gurion, com incrível exatidão. “Se não conseguirmos obter armas com a máxima urgência, seremos aniquilados.” Em seguida, o chefe da Agência Judaica encarregou o correligionário de uma missão crucial: viajar à Europa para contrabandear armamentos. Avriel assentiu. No dia seguinte, pegou um avião para Genebra com uma lista quilométrica para comerciantes do mercado negro: 1 milhão de balas, mil metralhadoras e 1,5 mil submetralhadoras.
Ben Gurion, cujos talentos de estrategista tornariam-se mitológicos, sabia que os árabes não aceitariam a Partilha. Também sabia que as táticas de guerrilha da milícia clandestina sionista (o Hagannah) não seriam suficientes para deter os inimigos. Entre 1947 e 1948, Ben Gurion contrabandeou toneladas de armas, principalmente da Tchecoslováquia, e incorporou ao Hagannah dois grupos militantes radicais – o Irgun e a Gangue Stern. Nascia assim a FDI – Forças de Defesas Israelenses, que na época contava com pouco mais de 20 mil soldados.
Ao contrário dos sionistas, os palestinos tinham uma organização mínima. Sua espinha dorsal fora quebrada em 1936, quando uma grande rebelião contra o domínio britânico e a imigração judaica foi esmagada pelas forças conjuntas dos britânicos e das milícias sionistas – com um saldo de 5 mil árabes e 400 judeus mortos. Sem nenhuma liderança forte, empunhando rifles enferrujados e com apenas 2,5 mil soldados de verdade, eles eram a menor das preocupações para os generais israelenses. O verdadeiro desafio vinha dos países árabes vizinhos, cujos exércitos somavam mais de 25 mil homens com armas modernas, vendidas principalmente pela Grã-Bretanha.
Foi Ben Gurion quem leu a Declaração de Independência de Israel, em Tel-Aviv, na ensolarada tarde de 14 de maio de 1948, diante de uma multidão em êxtase. Foi também ele quem comandou a guerra contra o rei Abdullah da Jordânia e seus aliados árabes, que na manhã seguinte bombardearam Tel-Aviv e atravessaram as recém-traçadas fronteiras do país.
O conflito que se seguiu foi um triste prenúncio do que estava por vir nas próximas décadas. Ambos os lados atacaram a população civil, com pesadas baixas. De acordo com o historiador Mitchell Bard, mais de 6 mil judeus foram mortos nos meses seguintes, entre soldados e não-combatentes – 1% da população total.
Israel não ficou atrás no que diz respeito a crimes de guerra. Segundo historiadores como o brasileiro André Gattaz e o israelense Avi Shaim, grupos armados caíram com fúria sobre a população árabe palestina, num banho de sangue que varreu do mapa centenas de vilarejos. A chacina mais famosa ocorreu em Deir Yassin, a poucos quilômetros de Jerusalém – um evento que se tornou emblemático para a resistência palestina (leia no quadro abaixo). A maior parte da população árabe em grandes cidades, como Haifa e Jaffa – que hoje é um subúrbio de Tel-Aviv – fugiu ou foi expulsa. “Por prudência, por pânico e por causa da política deliberada do Exército israelense, quase dois terços dos palestinos deixaram suas casas e tornaram-se refugiados”, escreve o historiador britânico de origem libanesa Albert Hourani, no clássico Uma História dos Povos Árabes (Companhia das Letras, 2006). De 500 mil a 900 mil árabes, entre cristãos e muçulmanos, foram para o exílio, de acordo com estudos das Nações Unidas. Milhares de judeus também foram violentamente expulsos de países árabes.
Apesar da superioridade numérica, os exércitos anti-sionistas tinham uma desvantagem que até hoje assola o mundo árabe: a desunião interna. Intrigas, desavenças e crises de ciúmes entre os chefes mergulharam a campanha na anarquia. Já os sionistas mantiveram-se unidos sob a mão férrea de Ben Gurion – que se tornou primeiro-ministro de Israel em 1948 – e destroçaram os cincos exércitos inimigos em cerca de oito meses. O conflito, que hoje é lembrado pelos israelenses como a Guerra da Independência, acabou em julho de 1949, com uma série de armistícios humilhantes assinados por quase todos os países árabes envolvidos. Os combatentes guardaram suas facas e metralhadoras, mas não trancaram a porta da caserna: o segundo round poderia começar a qualquer instante.
A Palestina, agora, tinha uma cara completamente transformada. A Partilha, acertada pela ONU, dois anos antes, foi para o espaço: entre 1947 e 1949, Israel não se limitou a defender suas fronteiras, avançando sobre território alheio. Se antes os israelenses controlavam 55% da região, a fatia crescera agora para mais de 75% .
Fora de Israel, sobraram apenas dois pedacinhos de terra palestina – que até hoje compõem um mantra eternamente repetido nas manchetes de jornais, nos tratados de paz, nas resoluções da ONU, nos brados dos radicais e nas preces dos moderados: a Faixa de Gaza, que fica no litoral do Mediterrâneo, a sudoeste de Israel, e a Cisjordânia, na fronteira oriental. O destino e o status desses territórios, que juntos não chegam a formar 10 mil quilômetros quadrados, continuam no olho do furacão do Oriente Médio. Na época, as duas fatias de terra foram anexadas por vizinhos árabes que, teoricamente, tinham entrado na guerra para garantir os direitos dos palestinos. O Egito ficou com a Faixa de Gaza. O rei jordaniano Abdullah abocanhou a Cisjordânia e a parte oriental de Jerusalém – onde se encontram dois dos maiores santuários do Islã, a Mesquita de Al-Aqsa e o Domo da Rocha. A ONU abençoou as novas fronteiras e o mundo respirou aliviado. Menos os palestinos – que ficaram com nada.
Guerra de Suez
A Guerra de Suez envolveu Israel, França e Inglaterra na disputa com o Egito pelo domínio de seu canal, o Canal de Suez. O motivo da guerra foi o desejo das nações capitalistas controlarem um ponto estratégico no Mar Vermelho, que permite ligar Europa à Ásia sem precisar contornar a África.
O Canal de Suez foi construído entre 1859 e 1869 e caracterizou-se por ser o mais longo do mundo. O Canal de Suez liga o porto egípcio de Port-Said, ao porto de Suez, no Mar Vermelho. O Canal de Suez tornou-se então um importante caminho comercial que permite ligar a Europa à Ásia sem precisar fazer o contorno pelo continente africano. O domínio dessa região é um grande favorecimento econômico para os empenhados no comércio marítimo.
O Egito, com o advento do imperialismo, tornou-se uma nação subjugada pelos ingleses ainda no século XIX. Somente no século XX, em 1922, o Egito deu sinais de libertação estabelecendo um regime monárquico. Esta forma de governo permaneceu até depois da Segunda Guerra Mundial. Acabada esta, o Canal de Suez tornou-se localidade mais cobiçada ainda pelas potências européias e os Estados Unidos por causa da importância crescentemente valorizada do petróleo na economia mundial, produto o qual era encontrado em grande quantidade no Oriente Médio.
Mesmo com a independência do Egito e formação de um governo monárquico, o país continuava sofrendo a intervenção de outras nações. Um grupo de militares, liderados pelo coronel Gamal Abdel Nasser, inconformados com a antiga situação, organizaram um levante que derrubou o governante egípcio, o rei Faruk, no ano de 1952. Tão logo esse grupo de militares chegou ao poder, medidas começaram a ser implementadas para reformar o Egito. Dentre essas estavam a estatização das empresas estrangeiras, a limitação da presença de outros países na economia do Egito e um audacioso projeto de reforma agrária, com o apoio dos soviéticos.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, pairava no mundo a Guerra Fria, que rivalizava os países do bloco capitalista e os países do bloco comunista. O apoio dado pelos soviéticos ao Egito e seu projeto de reformas incomodou a França, a Inglaterra e Israel, países do bloco capitalista com interesses diretos na região. Para ampliar a tensão, os egípcios determinaram o fechamento do porto de Eliat e a nacionalização do Canal de Suez. A situação preocupou os países capitalista, os quais ficaram receosos de que os soviéticos estivessem conquistando um importante aliado no Oriente Médio.
Com a medida egípcia, Israel ficou sem a possibilidade de irrigação do deserto de Negev e perdeu seu contato com o Mar Vermelho. França e Inglaterra, com seus interesses imperialistas, perdiam o espaço de influência na economia do Egito e um importante mercado consumidor. Os israelenses prepararam a retaliação, no dia 29 de outubro de 1956 os judeus promoveram uma invasão militar na península de Sinai, ao mesmo tempo em que grupos de paraquedistas franceses e ingleses tomaram Port-Said. A guerra estava declarada.
Com a conquista da península de Sinai, os israelenses conseguiram reabrir o porto de Eliat. A guerra durou duas semanas e os egípcios saíram derrotados. Os Estados Unidos, contudo, preocupados com reações radicais dos soviéticos, intervieram no conflito. De fato, a União Soviética se expressou sobre o conflito ameaçando a França e a Inglaterra de um ataque nuclear. Por ser uma das vencedoras da Segunda Guerra Mundial, a União Soviética tinha uma posição fortalecida no mundo.
As Nações Unidas também interferiram no confronto. Para evitar um ataque nuclear e a ascensão de uma nova guerra de proporções mundiais, exigiu que os países que tinham invadido o Egito se retirassem do território. Sob a pressão de guerra nuclear dos soviéticos, os israelenses se retiraram do Egito, juntamente com os ingleses e franceses. Assim, a União Soviética conquistou o Egito como zona de influência ideológica no mundo árabe, terminando a guerra, mas permanecendo a tensão pelos interesses econômicos, árabes e judeus na região.
O Canal de Suez voltou a ser liberado para transitação apenas no dia 10 de abril de 1957.
4- Principais episódios do confronto Israel X Palestina: a guerra de 1948, a guerra de 1956, a guerra dos seis dias 1967 e a Yom Kippur 1973.
A guerra de 1948
Em 29 de novembro de 1947, um dia após a votação da Partilha da Palestina pelas Nações Unidas, o colono judeu Ehud Avriel foi convocado a comparecer diante da Agência Judaica, organização que representava os judeus da Palestina, antes da criação de Israel. Ele foi recebido por um homem robusto, de cabelos desgrenhados e grisalhos. Seu nome era Davi Ben Gurion, o líder supremo dos sionistas. Nascido na Polônia, ele fugira do anti-semitismo e dos pogroms (perseguição em massa) europeus em 1909, migrando para a Terra Santa. Lá, com seu carisma e liderança, tornou-se a encarnação viva da causa sionista. “Daqui a seis meses, declararemos a independência de Israel. Nesse mesmo dia, cinco exércitos árabes nos atacarão”, previu Ben Gurion, com incrível exatidão. “Se não conseguirmos obter armas com a máxima urgência, seremos aniquilados.” Em seguida, o chefe da Agência Judaica encarregou o correligionário de uma missão crucial: viajar à Europa para contrabandear armamentos. Avriel assentiu. No dia seguinte, pegou um avião para Genebra com uma lista quilométrica para comerciantes do mercado negro: 1 milhão de balas, mil metralhadoras e 1,5 mil submetralhadoras.
Ben Gurion, cujos talentos de estrategista tornariam-se mitológicos, sabia que os árabes não aceitariam a Partilha. Também sabia que as táticas de guerrilha da milícia clandestina sionista (o Hagannah) não seriam suficientes para deter os inimigos. Entre 1947 e 1948, Ben Gurion contrabandeou toneladas de armas, principalmente da Tchecoslováquia, e incorporou ao Hagannah dois grupos militantes radicais – o Irgun e a Gangue Stern. Nascia assim a FDI – Forças de Defesas Israelenses, que na época contava com pouco mais de 20 mil soldados.
Ao contrário dos sionistas, os palestinos tinham uma organização mínima. Sua espinha dorsal fora quebrada em 1936, quando uma grande rebelião contra o domínio britânico e a imigração judaica foi esmagada pelas forças conjuntas dos britânicos e das milícias sionistas – com um saldo de 5 mil árabes e 400 judeus mortos. Sem nenhuma liderança forte, empunhando rifles enferrujados e com apenas 2,5 mil soldados de verdade, eles eram a menor das preocupações para os generais israelenses. O verdadeiro desafio vinha dos países árabes vizinhos, cujos exércitos somavam mais de 25 mil homens com armas modernas, vendidas principalmente pela Grã-Bretanha.
Foi Ben Gurion quem leu a Declaração de Independência de Israel, em Tel-Aviv, na ensolarada tarde de 14 de maio de 1948, diante de uma multidão em êxtase. Foi também ele quem comandou a guerra contra o rei Abdullah da Jordânia e seus aliados árabes, que na manhã seguinte bombardearam Tel-Aviv e atravessaram as recém-traçadas fronteiras do país.
O conflito que se seguiu foi um triste prenúncio do que estava por vir nas próximas décadas. Ambos os lados atacaram a população civil, com pesadas baixas. De acordo com o historiador Mitchell Bard, mais de 6 mil judeus foram mortos nos meses seguintes, entre soldados e não-combatentes – 1% da população total.
Israel não ficou atrás no que diz respeito a crimes de guerra. Segundo historiadores como o brasileiro André Gattaz e o israelense Avi Shaim, grupos armados caíram com fúria sobre a população árabe palestina, num banho de sangue que varreu do mapa centenas de vilarejos. A chacina mais famosa ocorreu em Deir Yassin, a poucos quilômetros de Jerusalém – um evento que se tornou emblemático para a resistência palestina (leia no quadro abaixo). A maior parte da população árabe em grandes cidades, como Haifa e Jaffa – que hoje é um subúrbio de Tel-Aviv – fugiu ou foi expulsa. “Por prudência, por pânico e por causa da política deliberada do Exército israelense, quase dois terços dos palestinos deixaram suas casas e tornaram-se refugiados”, escreve o historiador britânico de origem libanesa Albert Hourani, no clássico Uma História dos Povos Árabes (Companhia das Letras, 2006). De 500 mil a 900 mil árabes, entre cristãos e muçulmanos, foram para o exílio, de acordo com estudos das Nações Unidas. Milhares de judeus também foram violentamente expulsos de países árabes.
Apesar da superioridade numérica, os exércitos anti-sionistas tinham uma desvantagem que até hoje assola o mundo árabe: a desunião interna. Intrigas, desavenças e crises de ciúmes entre os chefes mergulharam a campanha na anarquia. Já os sionistas mantiveram-se unidos sob a mão férrea de Ben Gurion – que se tornou primeiro-ministro de Israel em 1948 – e destroçaram os cincos exércitos inimigos em cerca de oito meses. O conflito, que hoje é lembrado pelos israelenses como a Guerra da Independência, acabou em julho de 1949, com uma série de armistícios humilhantes assinados por quase todos os países árabes envolvidos. Os combatentes guardaram suas facas e metralhadoras, mas não trancaram a porta da caserna: o segundo round poderia começar a qualquer instante.
A Palestina, agora, tinha uma cara completamente transformada. A Partilha, acertada pela ONU, dois anos antes, foi para o espaço: entre 1947 e 1949, Israel não se limitou a defender suas fronteiras, avançando sobre território alheio. Se antes os israelenses controlavam 55% da região, a fatia crescera agora para mais de 75% .
Fora de Israel, sobraram apenas dois pedacinhos de terra palestina – que até hoje compõem um mantra eternamente repetido nas manchetes de jornais, nos tratados de paz, nas resoluções da ONU, nos brados dos radicais e nas preces dos moderados: a Faixa de Gaza, que fica no litoral do Mediterrâneo, a sudoeste de Israel, e a Cisjordânia, na fronteira oriental. O destino e o status desses territórios, que juntos não chegam a formar 10 mil quilômetros quadrados, continuam no olho do furacão do Oriente Médio. Na época, as duas fatias de terra foram anexadas por vizinhos árabes que, teoricamente, tinham entrado na guerra para garantir os direitos dos palestinos. O Egito ficou com a Faixa de Gaza. O rei jordaniano Abdullah abocanhou a Cisjordânia e a parte oriental de Jerusalém – onde se encontram dois dos maiores santuários do Islã, a Mesquita de Al-Aqsa e o Domo da Rocha. A ONU abençoou as novas fronteiras e o mundo respirou aliviado. Menos os palestinos – que ficaram com nada.
Guerra de Suez
A Guerra de Suez envolveu Israel, França e Inglaterra na disputa com o Egito pelo domínio de seu canal, o Canal de Suez. O motivo da guerra foi o desejo das nações capitalistas controlarem um ponto estratégico no Mar Vermelho, que permite ligar Europa à Ásia sem precisar contornar a África.
O Canal de Suez foi construído entre 1859 e 1869 e caracterizou-se por ser o mais longo do mundo. O Canal de Suez liga o porto egípcio de Port-Said, ao porto de Suez, no Mar Vermelho. O Canal de Suez tornou-se então um importante caminho comercial que permite ligar a Europa à Ásia sem precisar fazer o contorno pelo continente africano. O domínio dessa região é um grande favorecimento econômico para os empenhados no comércio marítimo.
O Egito, com o advento do imperialismo, tornou-se uma nação subjugada pelos ingleses ainda no século XIX. Somente no século XX, em 1922, o Egito deu sinais de libertação estabelecendo um regime monárquico. Esta forma de governo permaneceu até depois da Segunda Guerra Mundial. Acabada esta, o Canal de Suez tornou-se localidade mais cobiçada ainda pelas potências européias e os Estados Unidos por causa da importância crescentemente valorizada do petróleo na economia mundial, produto o qual era encontrado em grande quantidade no Oriente Médio.
Mesmo com a independência do Egito e formação de um governo monárquico, o país continuava sofrendo a intervenção de outras nações. Um grupo de militares, liderados pelo coronel Gamal Abdel Nasser, inconformados com a antiga situação, organizaram um levante que derrubou o governante egípcio, o rei Faruk, no ano de 1952. Tão logo esse grupo de militares chegou ao poder, medidas começaram a ser implementadas para reformar o Egito. Dentre essas estavam a estatização das empresas estrangeiras, a limitação da presença de outros países na economia do Egito e um audacioso projeto de reforma agrária, com o apoio dos soviéticos.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, pairava no mundo a Guerra Fria, que rivalizava os países do bloco capitalista e os países do bloco comunista. O apoio dado pelos soviéticos ao Egito e seu projeto de reformas incomodou a França, a Inglaterra e Israel, países do bloco capitalista com interesses diretos na região. Para ampliar a tensão, os egípcios determinaram o fechamento do porto de Eliat e a nacionalização do Canal de Suez. A situação preocupou os países capitalista, os quais ficaram receosos de que os soviéticos estivessem conquistando um importante aliado no Oriente Médio.
Com a medida egípcia, Israel ficou sem a possibilidade de irrigação do deserto de Negev e perdeu seu contato com o Mar Vermelho. França e Inglaterra, com seus interesses imperialistas, perdiam o espaço de influência na economia do Egito e um importante mercado consumidor. Os israelenses prepararam a retaliação, no dia 29 de outubro de 1956 os judeus promoveram uma invasão militar na península de Sinai, ao mesmo tempo em que grupos de paraquedistas franceses e ingleses tomaram Port-Said. A guerra estava declarada.
Com a conquista da península de Sinai, os israelenses conseguiram reabrir o porto de Eliat. A guerra durou duas semanas e os egípcios saíram derrotados. Os Estados Unidos, contudo, preocupados com reações radicais dos soviéticos, intervieram no conflito. De fato, a União Soviética se expressou sobre o conflito ameaçando a França e a Inglaterra de um ataque nuclear. Por ser uma das vencedoras da Segunda Guerra Mundial, a União Soviética tinha uma posição fortalecida no mundo.
As Nações Unidas também interferiram no confronto. Para evitar um ataque nuclear e a ascensão de uma nova guerra de proporções mundiais, exigiu que os países que tinham invadido o Egito se retirassem do território. Sob a pressão de guerra nuclear dos soviéticos, os israelenses se retiraram do Egito, juntamente com os ingleses e franceses. Assim, a União Soviética conquistou o Egito como zona de influência ideológica no mundo árabe, terminando a guerra, mas permanecendo a tensão pelos interesses econômicos, árabes e judeus na região.
O Canal de Suez voltou a ser liberado para transitação apenas no dia 10 de abril de 1957.
Guerra dos seis dias
A Guerra dos Seis Dias, assim ficou conhecida a guerra que confrontou Israel e os seguintes países árabes: Egito, Jordânia e Síria, com o apoio do Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Sudão e Argélia. A guerra pelo controle do Canal de Suez
tinha deixado uma situação onde outra guerra poderia acontecer a
qualquer momento. Israel, que tinha ocupado a península do Sinai
(Egito), concordou em retirar suas tropas desde que o Egito deixasse de
apoiar as ações da guerrilha que partiam daquela região. Em lugar das
tropas de Israel a ONU ficou administrando a península do Sinai.
No entanto o governo egípcio, apoiado pela URSS, continuou ajudando
as diferentes facções guerrilheiras que atacavam o estado hebreu. Em
maio daquele ano, tanto árabes como israelenses já estavam mobilizando
suas tropas. O Egito bloqueou o golfo de Aqaba, rota vital para a
navegação de Israel, ato considerado pelo governo israelense como uma
agressão.
As hostilidades começaram no dia 5 de junho com um massivo ataque
preventivo por parte de Israel que destruiu a capacidade aérea dos
países árabes, em três horas a aviação de Israel destruiu a maior parte
do arsenal aéreo do Egito, 319 aviões que nem chegaram a decolar. Isto
aconteceu depois do estado israelense ter verificado com seus radares a
movimentação de tanques e aviões movendo-se em direção à fronteira entre
ambos os países. As perdas israelenses somaram apenas 19 aviões.
Assim, as tropas israelenses avançaram por terra rapidamente, ocuparam a Faixa de Gaza
e chegaram ao Sinai. Os israelenses avançaram em direção à Síria, ou
seja, romperam as defesas árabes tanto pelo sul como pelo norte e, na
Faixa de Gaza, as tropas de Israel fizeram cessar o esforço militar que
unia egípcios e palestinos. No mesmo dia a Jordânia entra na guerra. Os
aviões jordanianos começaram a bombardear as cidades israelenses,
especialmente Jerusalém. A reação hebraica foi imediata e contundente:
começaram a tomar posições jordanianas perto de Belém e ao sul de
Ramallah e bombardearam Amman e Mafraq.
Quando, no dia 10 de junho, os combates cessaram, Israel controlava a
totalidade da península do Sinai, a Faixa de Gaza, Cisjordânia (com a
totalidade da cidade de Jerusalém) e as estratégicas colinas de Golã, na
Síria. Desta forma, Israel tinha conquistado um território quatro vezes
maior que o seu em 1.949, e albergava em suas novas fronteiras uma
população árabe de 1,5 milhões.
Yom Kippur
Yom
Kippur, o Dia do Perdão, é a mais importante e sagrada festividade do
Judaísmo. É um dia de jejum e reza que é celebrado no décimo mês
Hebraico de Tishrei, 10 dias após Rosh Hashaná, o Ano Novo Judaico. Yom
Kippur marca o final dos “Dez Dias de Arrependimento” e concede aos
Judeus a última oportunidade de obter perdão e absolvição por seus
pecados do ano que terminou. De acordo com a crença Judaica, o
julgamento do Yom Kippur é passado por todas as pessoas para o ano
vindouro.Para ser digno de receber o perdão pelos pecados, este dia é
dedicado ao arrependimento espiritual e comprometimento de começar o
novo ano com a consciência limpa, seguro do conhecimento de que Deus
perdoa todas as pessoas que verdadeiramente se arrependem de suas
transgressões.
A ideia de purificação é preenchida pelo jejum: no Yom Kippur, Judeus
observantes jejuam da noite do dia sagrado até a noite seguinte.
Diferentemente de outros dias Judaicos de jejum, Yom Kippur é observado
em sua totalidade, mesmo quando coincide com o Shabat.Yom Kippur é o
único dia no calendário Judaico durante os quais existem cinco serviços
de rezas.
O
Yom Kippur não está diretamente ligado com nenhum evento histórico,
apesar de que algumas pessoas acreditam que neste dia Moisés desceu do
Monte Sinai com o segundo bloco de pedras onde estavam gravados os Dez
Mandamentos, e Deus perdoou os Israelitas pelo pecado do Bezerro de
Ouro. Esta é uma festa ordenada pela Torá, onde é chamada de Shabat do
Descanso Solene, um dia em que nenhum trabalho produtivo pode ser feito,
exatamente como no Shabat.
Embora
a maioria da população Judaica de Israel não seja religiosamente
observante, Yom Kippur permanece um dia especial para todos e sustenta
este caráter único. Muitos Judeus que definem a si mesmos como laicos e
não visitam a sinagoga ao longo do ano vão aos serviços de reza neste
dia especial e muitos outros observam o jejum, completa ou parcialmente.
5- Principais líderes no contexto dos conflitos- biografia, participação, importância.
Yitzhak Rabin
Defende Jerusalém na guerra pela criação de Israel
(1947-1949). Torna-se chefe do Estado-Maior do Exército em 1964 e um dos
responsáveis pela vitória de seu país na Guerra dos Seis Dias (1967). Em 1968
afasta-se do Exército e vai para os Estados Unidos (EUA) como embaixador.
Volta a Israel em 1973 e no ano seguinte é eleito para o
Parlamento pelo Partido Trabalhista, substituindo depois Golda Meir como
primeiro-ministro. Em seu governo, defende o cessar-fogo com a Síria e consegue
resgatar mais de 100 reféns israelenses capturados por palestinos.
Em 1977, envolvido em um escândalo financeiro, renuncia.
Como ministro da Defesa, cargo que ocupa de 1984 a 1990, comanda em 1987 a repressão à rebelião
palestina nos territórios ocupados, conhecida com Intifada (revolta das
pedras). É novamente primeiro-ministro a partir de 1992.
Após negociações secretas, assina um acordo de paz com os
palestinos em 1993. Ganha por isso o Prêmio Nobel da Paz em 1994, dividido com
o chanceler Shimon Peres e com Yasser Arafat, líder da Organização para a
Libertação da Palestina (OLP). É morto por um militante ultranacionalista,
Yigal Amir, que o acusa de trair os ideais judeus.
Yasser Arafat
Nasceu com o nome Mohammed Abdel Rahman Abdel Raouf Arafat
al-Qudwa al-Husseini. Era filho de um comerciante. Não há registros corretos
sobre o local de nascimento, mas especula-se que foi no Cairo ou em Jerusalém. Estudou
engenharia entre os anos de 1952 e 1956 na Universidade do Cairo. Lá, tornou-se
presidente da União dos Estudantes Palestinos.
Em 1956, fundou o Al Fatah, grupo que pregava a luta armada.
A partir de 1964, fez parte da Organização da Palestina (OLP), da qual se
tornou presidente em 1966.
Criou o quartel general da OLP em Beirute, mas foi obrigado
a mudar para a Tunísia quando o local foi invadido por Israel, em 1982. Nesse
mesmo ano, reconheceu o estado de Israel e saiu da luta armada.
Assinou um acordo de paz histórico com o primeiro-ministro
de Israel, Yitzhak Rabin, capitaneado pelo então presidente norte-americano
Bill Clinton. Ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2004, juntamente com Yitzhak
Rabin e Shimon Peres, esse, embaixador israelense. Em 1996, foi eleito
presidente da Autoridade Nacional Palestina.
Embora tenha assinado acordo para retirada de forças de
Israel na Cisjordânia, não entrou em acordo com o premiê israelense Ehud Barak.
Faleceu em 2004, vítima de falência múltipla dos órgãos.
Porém, há possibilidade, segundo o biógrafo Amnon Kapeliouk, de ter sido
envenenado pelo serviço secreto israelense.
Anwar Al Sadat
Nascido numa família
egipto-sudanesa pobre, de treze filhos, formou-se na Academia Real Militar
no Cairo, diplomando-se em 1938 e atuando no corpo de telecomunicações.
Participou do Movimento dos Oficiais Livres, cujo objetivo era libertar o Egito do
controle britânico.
Durante a Segunda Guerra Mundial, em 1942, foi
aprisionado pelos britânicos pois, em suas atividades contra a
ocupação britânica, havia procurado obter ajuda do Eixo, participando de
uma rede de espionagem em favor do Afrika Korps. Em 1944,
consegue fugir, mas, em 1946, é preso novamente, após ser implicado na
morte do ministro pró-britânico Amīn Uthmān, permanecendo na prisão até 1948.
Em 1952, participou do golpe de Estado que
destronou o Rei Farouk I. Mais tarde, em1969, depois de exercer várias
posições no governo egípcio, foi escolhido para vice-presidente do
presidente Gamal Abdal Nasser. Quando este morreu, no ano seguinte, Sadat
tornou-se presidente.
Em 1973, Sadat, junto com a Síria, liderou o Egito
na Guerra do Yom Kippur contraIsrael, tentando recuperar partes
da Península do Sinai, que fora conquistada por Israel durante a Guerra
dos Seis Dias. Quando Israel prevalecia nesse conflito, a primeira vitória de
Sadat guiou a restauração da moral egípcia, preparando o terreno para um acordo
de paz que viria muitos anos depois. Por este motivo, Sadat ficou conhecido
como o "Herói da Cruzada".
Entretanto, a ação foi extremamente impopular no Mundo Árabe, e
especialmente entre os fundamentalistas muçulmanos, que acreditavam que apenas
a ameaça ou o uso da força faria Israel negociar a Cisjordânia e
a Faixa de Gaza, e o acordo de Camp David removia as possibilidades do
Egito, maior potência militar árabe, ser parte dessa ameaça. Como parte do
acordo, Israel retirou-se da Península do Sinai, retornando a área inteira para
o Egito em 1983. Em 19 de Novembro de 1977, Sadat torna-se
o primeiro líder árabe a visitar oficialmente Israel, altura em que se
encontrou com o primeiro-ministro israelense Menachem Begin e falou
perante o Knesset, em Jerusalém. Fez a visita a convite de Begin, na
tentativa de obter um acordo de paz permanente, enquanto muitos do mundo árabe
se sentiram ultrajados por essa aproximação com Israel. Em 1978, tal tentativa
resulta no Acordo de Camp David, pelo qual Sadat e Begin recebem o Prêmio
Nobel da Paz.
Gamal Abdel Nasser
Político
e militar egípcio (15/1/1918-28/9/1970). Nasce em Alexandria. Ainda
criança, muda-se para o Cairo, onde vive com um tio, adversário político
dos britânicos, que ocupam o país até 1936 e depois lá permanecem por
mais 20 anos, no controle do Canal de Suez.
Em 1937 frequenta o curso de direito
por alguns meses, mas abandona os estudos e ingressa na Real Academia
Militar no ano seguinte. A difícil situação econômica do Egito após a II
Guerra Mundial e a derrota dos árabes nas guerras árabe-israelenses
(1948-1949) - causadas pela criação do Estado de Israel - provocam
protestos contra a monarquia.
Nasseré um dos fundadores do Comitê
dos Oficiais Livres, que luta contra a corrupção e a dominação britânica
no Egito e derruba o rei Faruk em 1952. Nasser assume o poder e em 1956
é eleito presidente, dando início à reforma agrária e à
industrialização do país. Em 1956 nacionaliza o Canal de Suez e proíbe
navios israelenses de cruzá-lo.
Israel reage e, com o apoio de
tropas inglesas e francesas, ocupa a zona do canal. Estados Unidos (EUA)
e União Soviética interferem, contornando a crise e devolvendo o canal
aos egípcios. Em 1958 Nasser promove a fusão do Egito com a Síria,
criando a República Árabe Unida (RAU) - a união, porém, só dura até
1961. A derrota para Israel em 1967, na Guerra dos Seis Dias, enfraquece
o governo. Nasser pede demissão, mas é confirmado na Presidência em
plebiscito. Morre no Cairo.
David Ben Gurion
David
Ben-Gurion estudou na Universidade de Constantinopla, aderindo desde
cedo ao socialismo e ao sionismo. Em 1906 estabeleceu-se na Palestina,
onde organizou um corpo de guarda para a defesa dos estabelecimentos
agrícolas judaicos na região.Ben-Gurion fundou e dirigiu o movimento Poale Sion (sionismo socialista-democrático), bem como o semanário Ha-Achdut (A União). Pouco após o início da Primeira Guerra Mundial, foi expulso da Palestina pelos turcos e mudou-se para Nova York, onde organizou o movimento sionista.Em
1918 voltou para a Palestina como soldado e transformou aquele
movimento em partido, conhecido desde 1930 como MAPAI, Mifleghet Poalei
Eretz Israel (Partido dos Trabalhadores da Terra de Israel).Ben-Gurion foi secretário-geral da Histadrut (Federação dos Sindicatos). Convencido de que os judeus necessitavam de um Estado independente, dedicou-se a lutar por sua obtenção e organizou a Haganah como força de combate.Embora não estivesse presente à assembléia da ONU, sua ação diplomática contribuiu para a resolução favorável a Israel -
e a 14 de maio de 1948 leu a declaração de independência em Tel-Aviv.
Tornou-se primeiro-ministro e ministro da Defesa do novo Estado. Sua
meta era levar para Israel o maior número possível de judeus, e na
primeira década os imigrantes chegaram a um milhão.
Em
1956, por ocasião do conflito de Suez, Ben-Gurion mobilizou as forças
israelenses, enviando-as ao Sinai. Em cinco dias o exército israelense
ocupara a maior parte da península a leste do canal, destruindo bases
egípcias e pretendendo abrir uma passagem através do golfo de Aqaba. Um
ultimato franco-britânico ordenou o cessar-fogo, mas Ben-Gurion
declarou que Israel só retiraria seus homens quando as tropas inglesas e
francesas fossem substituídas por uma força da ONU. Sua atuação nessa
crise fortaleceu enormemente sua autoridade.No
campo interno, após cada eleição, Ben-Gurion era obrigado a formar um
governo de coalizão, mas o MAPAI manteve sua posição de maioria
relativa. Em 1959, após a quarta eleição geral, surgiu o escândalo de
espionagem conhecido como caso Lavon, envolvendo um secretário do MAPAI,
o que levou Ben-Gurion a pedir demissão, por não concordar com a
posição do partido.Embora
Lavon tenha sido demitido e Ben-Gurion tenha voltado ao MAPAI, em 1965
separou-se definitivamente do partido, formando a chapa Rafi.Presidente
da Agência Judaica e do Executivo Sionista desde 1935, e autor do
programa mínimo do sionismo (Programa de Biltmore, 1942), Ben-Gurion
ocupou o cargo de primeiro-ministro de Israel até 1963. Vivendo retirado na colônia Sedeh Boker, em Neguev, Ben-Gurion continuou a exercer forte influência na política de Israel.
Moshe Dayan
Moshe Dayan (Deganya, 20
de maio de 1915 — Tel Aviv, 16 de outubro de 1981), foi responsável
pelas mais importantes vitórias de Israel nas guerras contra seus
vizinhos árabes, Dayan foi também um dos principais arquitetos
dos acordos de paz de Camp David, os primeiros que se firmaram entre o
governo de Israel e o Egito.
Moshe Dayan nasceu em 20 de
maio de 1915, em Deganya, na então Palestina. Com 14 anos iniciou a
carreira militar na Haganá (guerrilha sionista) que combatia os árabes.
Quando esta organização foi declarada ilegal pelos britânicos em 1939,
Dayan e outros elementos judeus foram presos durante dois anos pelas
autoridades britânicas, liderando depois as forças judaicas da Palestina
que combateram a França na Síria e no Líbano. Durante combate contra a
Síria, em 1941, perdeu o olho esquerdo, atingido por uma bala inimiga em
seu binóculo e passou a usar um tapa-olho que o tornou inconfundível.
Em 1948, na luta pela independência,
comandou a região militar de Jerusalém. Na chefia das forças armadas
desde 1953 por cinco anos, planejou e liderou a invasão da península do
Sinai, em 1956, o que lhe valeu a reputação de grande comandante
militar. Dayan foi eleito para o Knesset (Parlamento) em 1959 e
designado Ministro da Agricultura no governo de David Ben-Gurion.
Em junho de 1967, como Ministro da
Defesa, comandou a vitoriosa guerra dos seis dias e passou a exercer
crescente influência na política externa. Seu prestígio declinou em
outubro de 1973, quando o Egito e a Síria atacaram Israel de surpresa e
desencadearam aguerra do Yom Kippur.
Em 1978, Ministro das Relações Exteriores do governo de Menachem Begin, tornou-se um dos arquitetos dos acordos de Camp David, assinados no ano seguinte por Egito e Israel. Faleceu em Tel Aviv, em 16 de Outubro de 1981.
6- O que foi a primavera árabe e conflitos atuais.
Primavera árabe
A Primavera Árabe não
se trata de um evento, de algo breve ou de uma estação do ano, trata-se
de um período de transformações históricas nos rumos da política
mundial. Entende-se por Primavera Árabe a onda de protestos e revoluções
ocorridas no Oriente Médio e norte do continente africano em que a
população foi às ruas para tirar ditadores do poder, autocratas que
assumiram o controle de seus países durante várias e várias décadas.
Tudo começou em dezembro de 2010 na Tunísia, com a derrubada do ditador Zine El Abidini Ben Ali.
Em seguida, a onda de protestos se arrastou para outros países. No
total, entre países que passaram e que ainda estão passando por suas
revoluções, somam-se à Tunísia: Líbia, Egito, Argélia, Iêmen, Marrocos,
Bahrein, Síria, Jordânia e Omã. Veja abaixo as principais informações a
respeito de cada uma dessas revoluções.
Os países que estão envolvidos são: Egito, Tunísia, Líbia, Síria, Iêmem e Barein.
Conflitos atuais
A onda de protestos e revoltas já provocou a
queda de quatro governantes na região. Enquanto os ditadores da Tunísia
e do Egito deixaram o poder sem oferecer grande resistência, Muammar
Kadafi, da Líbia, foi morto por uma rebelião interna com ação militar
decisiva da Otan. No Iêmen, o presidente Saleh resistiu às manifestações
por vários meses, até transferir o poder a um governo provisório. A
Síria foi o único país que até agora (12/03/2012) não conseguiu derrubar
o governo do ditador Bashar al-Assad.
Tunísia e Egito realizaram
eleições em 2011, vencidas por partidos islâmicos moderados. A Tunísia é
apontada como o país com as melhores chances de adotar com sucesso um
regime democrático. No Egito, os militares comandam o conturbado
processo de transição, e a população pede a sua saída imediata do poder.
Os Estados Unidos eram aliados de ditaduras
árabes, buscando garantir interesses geopolíticos e econômicos na
região, que abriga as maiores reservas de petróleo do planeta. A
Primavera Árabe põe em cheque a política externa de Washington para a
região. A Liga Árabe, liderada pela Arábia Saudita e pelo Catar, assume
um papel de destaque na mediação das crises e dos conflitos provocados
pela Primavera Árabe.
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