27 março 2013
O conto Búfalo apresenta uma personagem que, rejeitada pelo homem que ama, vai ao zoológico; ela busca odiar aquele que a
feriu.
Acreditando
que a aprendizagem do ódio se daria por meio da observação de como os
animais se relacionam, já que, da mesma forma que o amor, o ódio é
vivenciado e aprendido na convivência com outros seres ocorre o contrário; a negação do ódio fica clara nas cenas de cumplicidade entre os animais,
conforme o que vai ocorrendo. “Até o leão
lambeu a testa da leoa” “Mas isso é amor, é amor de novo”; “Com a
tola inocência do que é grande e leve e sem culpa” “A macaca com olhar
resignado de amor, e a outra macaca dando de mamar”; “Ao elefante fora
dado com uma simples pata esmagar. Mas não esmagava, potência que se
deixaria conduzir docilmente a um circo”. Onde estaria o bicho que lhe daria o sentimento que procurava?
Ainda procurando o animal e o ódio. Encontrou o búfalo, que a espiava ao
longe. Ele era negro e seus cornos muito alvos. A mulher ficou
desconfiada, parecia que o búfalo a olhava. Ela desviou os olhos, o seu
coração batia descompassado.
Começou a provocá-lo, gritando e jogando-lhe pedras. O animal agora lhe parecia mais negro e maior.
O ódio começava a entrar dentro dela; o búfalo voltou-se para ela e encarou-a de longe.
Como a mulher não recuava um só passo, os seus olhos e os do animal fitaram-se diretamente.
Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades; em tão
lenta vertigem antes que o corpo desabasse a mulher viu o céu
inteiro e um búfalo.
20 março 2013
O conto Feliz Aniversário trata da hipocrisia familiar com ironia. E
embora, escrito há algumas décadas, o texto ainda continua a ter certa
relevância no dias atuais.
A infelicidade é a matéria secreta que perturba e lateja na felicidade
de uma festinha de aniversário de D. Anita, uma senhora que completa
oitenta e nove anos, e seus familiares reúnem-se para comemorar a data.
Zilda, a filha com quem a aniversariante mora, organiza a casa para
receber a família, prepara tudo com antecedência para que nenhum
imprevisto aconteça.
Logo depois do almoço, Zilda vestiu a mãe e a colocou na cabeceira da
mesa já arrumada, a fim de esperar os convidados que chegariam no final
da tarde.
Pouco a pouco os convidados vão chegando; os filhos, as noras, os netos, quase todos ali fingem comemorar o aniversário. A aniversariante continuava na cabeceira da mesa sem participar da
própria festa. Cantaram parabéns e uma neta pediu para a vó cortar o
bolo. Ela corta-o com brutalidade.
A festa continuou e a idosa passou a observar com desdém a própria família. Inesperadamente, ela cuspiu no chão.
Até o final da festa, permanece um clima falsidade e ansiedade. Quando
chega a hora de ir embora, os parentes sentem dificuldade de escolher a
forma correta para se despedir um dos outros.
11 março 2013
O conto fala sobre duas colegas que brincavam nas ruas dos bairros ricos de se apoderar de palacetes cercado por pomares e jardins.
Em uma dessas belas casas, elas pararam e observaram pomares ao fundo, e em um pequeno canto ajardinado estavam as flores.
Bem isolada em seu canteiro, uma rosa vermelha estava apenas entre aberta.
A menina decide rouba-lá.
Para com que isso pudesse ocorrer, sua colega olha as janelas enquanto ela entra por um pequeno buraco que mal cabe-a.
A menina consegue pegar a rosa e fica admirando-a.
As duas sempre usando essa estratégia passaram a furtar rosas com frequência.
Além de rosas, também furtavam pitangas que haviam em uma igreja presbiteriana perto de suas casas. "Ladrão de rosas e pitangas têm cem anos de perdão".
Essa fala era das meninas que diziam que são as pitangas mesmas que pedem para ser colhidas, em vez de amadurecerem e morrerem nos galhos.
Em uma dessas belas casas, elas pararam e observaram pomares ao fundo, e em um pequeno canto ajardinado estavam as flores.
Bem isolada em seu canteiro, uma rosa vermelha estava apenas entre aberta.
A menina decide rouba-lá.
Para com que isso pudesse ocorrer, sua colega olha as janelas enquanto ela entra por um pequeno buraco que mal cabe-a.
A menina consegue pegar a rosa e fica admirando-a.
As duas sempre usando essa estratégia passaram a furtar rosas com frequência.
Além de rosas, também furtavam pitangas que haviam em uma igreja presbiteriana perto de suas casas. "Ladrão de rosas e pitangas têm cem anos de perdão".
Essa fala era das meninas que diziam que são as pitangas mesmas que pedem para ser colhidas, em vez de amadurecerem e morrerem nos galhos.
10 março 2013
Clarice Lispector nasce no dia 10 de dezembro de 1920, em Tchetchelnik, Ucrânia; mas seus pais imigram para o Brasil pouco depois. Chega a Maceió com dois meses de idade, com seus pais e duas irmãs e, em 1935,quando sua mãe morre se mudam para o Rio de Janeiro.
Ingressa na Faculdade Nacional de Direito em 1939, formando-se em 1943. Trabalha como redatora para a Agência Nacional, e como jornalista no jornal "A Noite". Estreia na literatura ainda muito jovem com o romance Perto do Coração Selvagem, que teve acolhimento da crítica e recebeu o Prêmio Graça Aranha.
No mesmo ano casa-se com o colega de faculdade Maury Gurgel Valente ,que ingressa na carreira diplomática.
Clarice Lispector acompanha seu marido em viagens, na carreira de Diplomata no Ministério das Relações Exteriores. Em 1944, recém-casada, viaja para Nápoles onde dá assistência a brasileiros feridos na Segunda Guerra Mundial. Em 1946 na Europa, vai morar com seu marido na Suíça, para onde o diplomata havia sido designado como segundo-secretário.
Em 1948 nasce na Suíça seu primeiro filho, Pedro, e em 1953 nasce nos Estados Unidos o segundo filho, Paulo. Em 1959 Clarice se separa do marido e retorna ao Rio de Janeiro, com os filhos. Logo começa a trabalhar no Jornal Correio da Manhã, assumindo a coluna Correio Feminino. Em 1960 trabalha no Diário da Noite com a coluna Só Para Mulheres, e lança "Laços de Família", livro de contos, que recebe o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro. Em 1961 publica "A Maçã no Escuro" pelo qual recebe o prêmio de melhor livro do ano em 1962.
De 1966 a 1977 Clarice vive isolada, sempre escrevendo livros que recebem importantes reconhecimentos.
Clarice Lispector morre no Rio de Janeiro em 9 de dezembro de 1977 de câncer no ovário.
Ingressa na Faculdade Nacional de Direito em 1939, formando-se em 1943. Trabalha como redatora para a Agência Nacional, e como jornalista no jornal "A Noite". Estreia na literatura ainda muito jovem com o romance Perto do Coração Selvagem, que teve acolhimento da crítica e recebeu o Prêmio Graça Aranha.
No mesmo ano casa-se com o colega de faculdade Maury Gurgel Valente ,que ingressa na carreira diplomática.
Clarice Lispector acompanha seu marido em viagens, na carreira de Diplomata no Ministério das Relações Exteriores. Em 1944, recém-casada, viaja para Nápoles onde dá assistência a brasileiros feridos na Segunda Guerra Mundial. Em 1946 na Europa, vai morar com seu marido na Suíça, para onde o diplomata havia sido designado como segundo-secretário.
Em 1948 nasce na Suíça seu primeiro filho, Pedro, e em 1953 nasce nos Estados Unidos o segundo filho, Paulo. Em 1959 Clarice se separa do marido e retorna ao Rio de Janeiro, com os filhos. Logo começa a trabalhar no Jornal Correio da Manhã, assumindo a coluna Correio Feminino. Em 1960 trabalha no Diário da Noite com a coluna Só Para Mulheres, e lança "Laços de Família", livro de contos, que recebe o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro. Em 1961 publica "A Maçã no Escuro" pelo qual recebe o prêmio de melhor livro do ano em 1962.
De 1966 a 1977 Clarice vive isolada, sempre escrevendo livros que recebem importantes reconhecimentos.
Clarice Lispector morre no Rio de Janeiro em 9 de dezembro de 1977 de câncer no ovário.
09 março 2013
Esta é uma
entrevista realizada com a escritora Clarice Lispector em 1977 exibida no
programa Panorama Especial da TV Cultura.
Clarice nasceu
na Ucrânia e com apenas dois anos veio para o Brasil. Primeiramente a escritora
morou no nordeste brasileiro, e quando sua mãe morreu mudou-se para o Rio de
Janeiro com seu pai e suas irmãs.
Formou-se em
direito, trabalhou como jornalista e iniciou sua carreira literária em 1943.
Clarice se
considerava como uma pessoa introspectiva
, mas, ao mesmo tempo ousada e tímida; porém ela não se considerava uma
escritora popular e nem profissional.
Clarice
Lispector começou a escrever aos sete anos de idade. Na família dela, a
escritora soube que sua mãe escrevia escondido e uma de suas irmãs escrevia
romances e outra livros técnicos.
Por não se
considerar profissional, Clarice
escrevia quando queria. Os momentos em que não escrevia se sentia morta. Seus
textos muito complexos eram de difícil compreendimento; seu conto preferido era
"O ovo e a galinha".
Com seu célebre
olhar penetrante, Clarice encara diretamente o entrevistador, em seu rosto uma
máscara quase imóvel.
Clarice Lispector costumava evitar declarações íntimas nas
entrevistas que concedia, tendo afirmado mais de uma vez que jamais escreveria
uma autobiografia. Clarice por inteiro só os verdadeiramente íntimos
conheceram.
Vejam as outras partes da entrevista aqui:
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